Uso do cinto de segurança durante a gravidez
A Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina lançaram uma diretriz orientadora para definir o uso adequado do cinto de segurança durante a gravidez, com o intuito de esclarecer e reduzir ferimentos provocados por acidentes de trânsito.
Orientação
A mulher grávida quando motorista ou passageira de um automóvel deve:
• Usar sempre o cinto de segurança “tipo três pontos”;
• A parte pélvica do cinto de três pontos (faixa subabdominal) deve ser colocada abaixo da protuberância abdominal, ao longo dos quadris e na parte superior das coxas;
• A faixa diagonal deve cruzar o meio do ombro, passando entre as mamas e lateralmente ao abdome, nunca sobre o útero;
• Nunca colocar a faixa superior do cinto por trás do tórax nem tampouco colocá-la sob o braço ou na axila. Jamais sentar-se sobre a faixa inferior/pélvica (subabdominal) para utilizar unicamente a faixa superior/torácica (diagonal);
• Em veículos dotados de airbag utilizar apropriadamente o cinto de segurança e afastar o banco o máximo possível para trás, até o limite que permita o perfeito contato com o volante e com os pedais, quando na direção do veículo;
Riscos mais freqüentes em gestantes que não usam o cinto de segurança
• Óbito fetal
• Baixo peso ao nascimento
• Prematuridade
• Descolamento prematuro de placenta
• Hemorragias no parto
• Rotura uterina
Legislação Brasileira
No Brasil, cintos de segurança são equipamentos obrigatórios para todos os ocupantes de Veículos. Seu uso é obrigatório para todos os ocupantes do automóvel (condutor e passageiro) em todas as vias do território nacional.
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Revista da Associação Médica Brasileira
Print version ISSN 0104-4230
Rev. Assoc. Med. Bras. vol.50 no.1 São Paulo 2004
doi: 10.1590/S0104-42302004000100023
DIRETRIZES EM FOCO
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS
Uso do cinto de segurança durante a gravidez*
Flávio Emir Adura; José Heverardo da Costa Montal; Alberto Francisco Sabbag
A mulher grávida quando motorista ou passageira de um veículo automotor deve:
•Usar sempre o cinto de segurança ''tipo três pontos''5 (A).
•A parte pélvica do cinto de três pontos (faixa subabdominal) deve ser colocada abaixo da protuberância abdominal, ao longo dos quadris e na parte superior das coxas6 (D).
•A faixa diagonal deve cruzar o meio do ombro, passando entre as mamas e lateralmente ao abdome, nunca sobre o útero6 (D).
•Nunca colocar a faixa superior do cinto por trás do tórax nem tampouco colocá-la sob o braço ou na axila7 (D). Jamais sentar-se sobre a faixa inferior/pélvica (subabdominal) para utilizar unicamente a faixa superior/torácica (diagonal)5 (A).
•Em veículos dotados de air bag utilizar apropriadamente o cinto de segurança e afastar o banco o máximo possível para trás, até o limite que permita o perfeito contato com o volante e com os pedais quando na direção do veículo8 (D).
•Os médicos perito examinadores, especialistas em Medicina de Tráfego, ao avaliarem uma gestante candidata à condução ou já condutora de veículo automotor, e mesmo na condição de ocupante não condutora do veículo, deverão alertá-la sobre os riscos de lesões traumáticas inerentes ao deslocamento dos veículos e orientá-la sobre a maneira de proteger a si própria e ao concepto que abriga em seu útero9 (B).
Comentário
As lesões causadas pelos acidentes de tráfego são as principais causas de mortes por traumatismo e a décima causa de todas as mortes em todo o mundo. Muitas destas lesões e mortes podem ser prevenidas por dispositivos de segurança, entre os quais, o cinto de segurança ocupa lugar de destaque. Seu uso reduz a mortalidade e a gravidade das lesões provocadas em ocupantes de veículos automotores envolvidos em acidentes.
O uso do cinto de segurança é recomendado para gestantes, mas muitas mulheres grávidas ignoram a forma correta de utilizá-lo, o seu posicionamento e as exigências legais, colocando a si próprias e ao feto em risco. Muitas gestantes pensam que usar o cinto de segurança é perigoso e que pode ser prejudicial para o feto, porém, na realidade, o seu uso confere proteção na imensa maioria das ocasiões.
Referências
1. Robertson LS. Estimates of motor vehicle seat belt effectiviness and use: implications for occupant crash protection. Am J Public Health 1976; 66:859-64.
2. Pearlman MD, Viano D. Automobile crash simulation with the first pregnant crash test dummy. Am J Obstet Gynecol 1996; 175:977-81.
3. Crosby WM, Snyder RG, Snow CC, Hanson PG. Impact injuries in pregnancy. I. Experimental studies. Am J Obst Gynecol 1968; 101:100-10.
4. The National Crash Analysis Center, The George Washington University Medical Center. National Conference on Medical Indications for Air Bag Disconnection, Washington, DC; 1997.
5. Hyde LK, Cook LJ, Lenora M, Olson MA, Weiss HB, Dean JM. Effect of motor vehicle crashes on adverse fetal outcomes. Obstet Gynecol 2003; 102:279-86.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302004000100023&script=sci_arttext
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