sábado, 6 de junho de 2009

exercícios durante a gravidez


O perigo da obesidade para as futuras mamães

A fome pode estar ligada a alterações psicológicas e emocionais

A gravidez é um momento delicado e requer cuidados especiais, principalmente quando o assunto é a alimentação que, nessa fase, tem relação direta com a saúde da mãe e a do bebê, tanto na vida intra-uterina como no futuro. A obesidade na gravidez é um problema comum e perigoso. Cerca de 45% das mulheres obesas no mundo ganharam peso após a gravidez. Para a psicóloga e criadora do método de emagrecimento Forma Leve, Yara Daros, a fome não é apenas uma necessidade fisiológica e também pode estar associada a alterações psicológicas e emocionais, como períodos de ansiedade e fragilidade, que podem levar à compulsão alimentar.

Segundo o RDI (Recommended Dietary Intakes), tabela com as recomendações universais sobre alimentação, gestantes a partir do terceiro mês de gravidez devem ingerir apenas 300 calorias a mais do que o normal, totalizando 2.800 calorias por dia. Considera-se que as gestantes de baixo peso ganham em torno de 15 kg; as de peso adequado, entre 10 a 12 kg; e as com sobrepeso ou obesas, entre 6kg e 7kg.

"Ganhar peso excessivamente no período gestacional ou iniciar esse período com sobrepeso ou obesidade são fatores de risco para complicações como diabetes, hipertensão e pré-eclâmpsia, principalmente no final da gestação. Esses males são duas a seis vezes mais comuns em mulheres com excesso de peso" ressalta Yara.

A obesidade durante a gestação também está associada ao maior índice de mortalidade dos recém-nascidos, principalmente no período perinatal, além do nascimento de crianças com defeito no tubo neural, estrutura que dá origem ao cérebro e à medula. A média de peso dos bebês também é maior que o normal, o que pode provocar riscos obstétricos durante o parto, contribuindo para a maior taxa de cesáreas.

"As mulheres que ganham muito peso durante a gravidez têm hábitos alimentares ruins e que, possivelmente, continuam depois do nascimento do bebê. Para as que iniciam a gravidez com sobrepeso ou obesidade, nenhum aumento calórico é recomendado", explica Yara. Ela complementa que, no entanto, o período de gestação não é o mais adequado para perder peso e é fundamental que a gestante com sobrepeso receba orientação alimentar adequada para não colocar a sua vida e de seu bebê em risco.

Dicas para uma gravidez saudável:

 Beba água constantemente, de 1,5 a 2 litros por dia.

 Consuma pelo menos três frutas por dia, além de legumes e verduras no almoço e jantar. Esses alimentos são ricos em fibras, que previnem a prisão de ventre, muito comum na gestação.

 Fracione as refeições em seis a oito vezes ao dia, com pequenas quantidades, e mastigue devagar. Consuma alimentos com baixo teor de gordura e evite ingerir líquidos durante as refeições, para facilitar a digestão e evitar azia.

 A carne é muito importante nesse período, por ser rica em ferro e proteínas. O ferro pode ser melhor absorvido se consumido com frutas ricas em vitamina C, como kiwi, laranja, limão, acerola, tangerina e abacaxi.

 A amamentação é a grande fonte de perda de peso para a grávida. A mulher que amamenta perde de 400 a 500 calorias por dia. Isso equivale à quantidade de calorias perdidas em mais de uma hora de exercícios aeróbicos.

Exercícios físicos são fundamentais durante a gestação

A prática de exercício físico é recomendada para todas as gestantes, pois há benefícios tanto para a mulher quanto para o bebê. Dentre eles, está a diminuição das complicações obstétricas, maior controle do ganho de peso da mãe, melhora no condicionamento físico, atuação no estado psicológico e social, e diminuição da depressão e do estresse.

De acordo com a Dra. Fabiane Sabbag, médica ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz, os exercícios físicos são muito importantes durante essa fase, porém, é recomendável que a gestante tome alguns cuidados. "Ao praticar atividades físicas, deve-se usar roupas leves, evitar altas temperaturas e beber muita água para se hidratar", recomenda.

Para a especialista, as melhores atividades são feitas na água, como natação e hidroginástica, pois evita as forças gravitacionais, melhora as dores lombares e o inchaço."Ioga também é uma boa alternativa para manter o tônus muscular e melhorar a flexibilidade", completa.

Ao escolher o tipo e a intensidade dos exercícios, a gestante deverá ter a liberação do médico e o auxílio de um profissional da área, pois as atividades variam de acordo com o período da gestação. A pessoa que nunca praticou exercícios físicos deve iniciar com atividades de baixo risco, como caminhadas, natação e hidroginástica leve. Já quem está habituada poderá continuar com o programa habitual, apenas deverá modificar a intensidade e velocidade, à medida que a gravidez evoluir.

"Esta prática poderá ser contra-indicada em casos específicos, principalmente em mulheres com doenças cardíacas, trabalho de parto prematuro, gravidez múltipla, feto com crescimento inadequado, entre outras. Portanto a prática de atividade física irá depender da liberação ou não de um médico", afirma Fabiane.

Dieta, vitaminas e Gestação

Além da prática de exercícios, é importante que nessa fase a mulher se atente também à alimentação, para evitar ganho excessivo de peso. Uma alimentação adequada é muito importante durante a gravidez para o bem-estar materno-fetal. Segundo a especialista, as recomendações nutricionais devem ser adaptadas seguindo as necessidades específicas e variações individuais, como ganho de peso, tamanho do feto, pré-natal de alto risco, entre outros. Deve ser elaborada uma dieta adequada para cada gestante e para o bebê.

Outro ponto a ser considerado é a alteração da presença de vitaminas no organismo. "A concentração plasmática de muitas vitaminas e sais minerais se alteram na gravidez, podendo aumentar ou diminuir no organismo materno. Portanto, é importante o uso de suplementos vitamínicos específicos durante a gravidez", diz.

Para quem planeja engravidar, a médica recomenda que a paciente procure um especialista e, com sua indicação, inicie três meses antes o uso de ácido fólico, que previne a má formação do sistema nervoso central do bebê, como anencefalia e espinha bífida.

http://guiadobebe.uol.com.br/gestantes/exercicios_durante_a_gravidez.htm

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